Resumo: |
Discutem-se alguns dos mecanismos da reprodução da economia escravista colonial no século XIX. O autor concentra-se na análise da formação da lavoura cafeeira (1790-1830), entendendo que esse processo diz respeito à reiteração das estruturas da economia e da sociedade investigadas. Em seguida, dedica-se à análise do funcionamento interno do sistema agrário escravista-exportador, tomando como exemplo o Município de Paraíba do Sul. O estudo da recriação da agro-exportação, nas primeiras décadas do século passado, levou o autor a reconsiderar certos elementos dos tradicionais modelos explicativos da economia escravista. Segundo ele, na virada do século XVIII para o XIX, ao invés de uma Plantation escravista submissa ao mercado internacional, encontra-se uma economia que, mesmo agro-exportadora, possuía outras formas de produção, ao lado da escravista: um mercado interno - de onde derivam acumulações endógenas - e, por último, uma elite mercantil - enquanto grupo econômico hegemônico - no lugar da aristocracia fundiária-escravista. A combinação desses elementos, defende o autor, conferia à economia investigada uma margem de autonomia, em seu processo de reprodução, frente às determinações externas. |