Resumo: |
O presente estudo tinha por objetivo elucidar como se deu o processo de ocupação e uso da terra dinamicamente articulado ao processo de enriquecimento e empobrecimento, em Cantagalo, município do Rio de Janeiro, no período de 1850-88. Estes marcos cronológicos nos pareceram suficientemente significativos para a delimitação temporal da pesquisa. A extinção do tráfico de escravo africano para o Brasil, com a Lei Eusébio de Queiroz e a abolição definitiva da escravidão nos remeteram à questão de como Cantagalo comporta-se-ia face à limitação imposta ao Brasil, para a reposição sistemática de mão de obra africana. Acabamos estendendo estes marcos a 1920 por entendermos ser de relevante importância estudar as novas formas de extorsão do sobretrabalho, após a Abolição da Escravidão. Ainda que sem as mesmas bases documentais utilizadas até 1888, já que não nos propúnhamos, de início, estendê-la ao século XX, esta pesquisa nos possibilitou entender porque se implantou, em Cantagalo, o sistema de parceria, diferentemente de outros sistemas adotados em outras regiões do Brasil, no pós Abolição. Procuramos para tanto, acompanhar a trajetória da evolução do sistema cafeeiro-exportador em Cantagalo procurando detectar o momento do refluxo da produção local. |