Resumo: |
Analisa o tráfico de africanos para o porto do Rio de Janeiro de 1790 a 1830 - quando se estabelecem as tendências básicas do mercado internacional de produtos tropicais, os núcleos fundamentais da demanda por braços do Sudeste brasileiro e o volume das importações de negros. Em seguida, estudam-se as condições de produção social do cativo na África, apontando para uma dimensão pouco explorada do tráfico atlântico: seu papel enquanto veículo de consolidação do poder e de expansão das relações escravistas no próprio continente negro. Segundo ao autor, a forma através da qual o escravos é produzido - calcada na violência que se traduz na apropriação de trabalho social alheio - contribuirá para seu baixo custo na esfera brasileira, o que, por sua vez, explicará a disseminação da propriedade escravista. O tráfico é apreendido ainda enquanto um negócio, com estruturação e dinâmica próprias. Nesse ponto, insiste-se na idéia de que se trata de um circuito de acumulação endógeno. Por fim, analisa-se o comércio de almas como um fluxo demográfico. |