Família e Transição: Famílias Negras em Paraíba do Sul (1872-1920)

Ana Maria Lugão Rios (Orientador: Maria Yedda Leite Linhares)
Dissertação de Mestrado
Programa: UFF/PPGH
Defesa: 1990
Banca:
Resumo: Novos temas visitam atualmente o trabalho dos historiadores da escravidão, tais como as atividades autônomas dos escravos, a família e os grupos de convívios, as organizações, o cotidiano, a resistência etc. Percebe-se que a preocupação que permeia o estudo de tais temas é a recuperação do escravo como personagem, sujeito da História. Através da pesquisa nos registros paroquial e civil e na matrícula de escravos constata-se, na área abrangida pelo estudo, que: apesar das dificuldades, as famílias escravas se formam e entendem seus laços a outras famílias de escravos; este movimento, no tempo, cria nas fazendas maiores e mais estáveis, uma configuração demográfica diferente daquela considerada ideal para a Plantation, através do compadrio, os escravos criam laços, aqui considerados como de parentescos fictícios, que unem as famílias entre si formando comunidades; após a abolição os libertos que permanecem como lavradores na região apresentam um quadro familiar bastante completo, onde a figura do pai e dos avós paternos e maternos é freqüente; o compadrio para os libertos muitas vezes demonstra a importância dos laços de uma experiência comum de transição para a liberdade; no pós-abolição, a continuidade da família e da comunidade de lavradores negros está intimamente relacionada às formas de acesso e à estabilidade na terra.
Páginas: 130
URL: Tese não digitalizada