Resumo: |
Análise de uma área produtora de alimentos para o mercado interno, constituída por freguesias rurais do antigo município de Niterói, no recôncavo da Guanabara, entre 1808, ano da chegada da Corte portuguesa ao Brasil, e 1888, no da Abolição. A vinda da Corte e o subseqüente aumento da população do Rio de Janeiro tornaram o abastecimento um grave problema e permitiram a revitalização da região estudada, anteriormente produtora de cana-de-açúcar, graças ao estímulo dado à policultura. O estudo procura demonstrar que numa região próxima ao mercado consumidor e de ocupação antiga - com fronteira fechada - o monopólio da terra é um dos elementos explicativos das hierarquias sócio-econômicas historicamente constituídas. Busca compreender a maneira pela qual os proprietários fundiários consolidaram seu poder através do controle dos portos locais e da comercialização, pondo em prática um sistema de arrendamentos de parcelas a pequenos produtores sem terra, também possuidores de escravos. Utiliza extensas fontes primárias de natureza cartorária e judiciária, demográficas, relatos de viajantes e memórias. |