Resumo: |
Procuramos estudar o escravo ao ganho paralelamente ao desenvolvimento da cidade do Rio de Janeiro no período de 1820-1888. O escravo ao ganho apresentar-se-ia como traço característico da escravidão urbana e contraditório do sistema escravista global. Continuava sendo uma propriedade garantida pela lei, porém, oferecia seu trabalho no mercado, de mão-de-obra diretamente, recebia "salário", habitava por conta própria. O estado controlava o sistema de repressão e punição limitando o poder do proprietário. Havia acordo implícito e não enfrentamento entre proprietário escravo ao ganho em benefício mútuo, o primeiro se eximia do custo da sustentação e fiscalização, o segundo ganhava relativa liberdade de circulação e possibilidade de alforria. O escravo ao ganho mesmo não definindo o sistema escravista marcado pelas relações rurais, tornou-se elementos imprescindível numa cidade como o Rio de Janeiro contaminado pela ideologia desse sistema. Analisamos também o proprietário do escravo ao ganho, sua posição na sociedade escravista. |