Resumo: |
Recupera as construções da noção de povo, veiculadas por segmentos da intelectualidade brasileira entre o final do Estado Novo e o golpe militar de 1964. Tem como objetivo central a releitura do conceito de folclore enquanto linguagem autorizada de tradução da cultura popular. A literatura folclórica é examinada em contraponto com outras linguagens, como a do nacional-desenvolvimentismo. trata-se um momento de transição de uma ordem fundamentalmente agrária para outra de caráter urbano-industrial. Distinguem-se dois tipos de fontes: a) as obras de Renato Almeida e Edison Carneiro, ao lado de formulações específicas de Manuel Diégues Júnior; b) alguns textos de Nelson Werneck Sodré, além de aspectos parciais dos modelos de pensamento do ISEB. Analisada a compreensão do país e de povo dos dois folcloristas, base da instrumentalização do conceito de folclore, consideram-se a perspectiva protecionista e a construção da identidade cultural. São analisadas as formas como as noções de povo, de cultura, de nação e de região se organizaram no pensamento dos autores selecionados, que expressam, defende a autora, visões do Brasil. |