Resumo: |
Resgata, pela análise dos temas e do estilo literário de Monteiro Lobato (1882-1948), a imagem do Brasil na época. Denunciava, então, o advogado, o atraso em que o país vivia e como se buscou - inclusive ele -, alternativas para vencê-lo. Lobato iniciou a construção de um discurso de processo, tendo como categoria central, a noção de trabalho, embora ainda preso a uma perspectiva darwinista, debitando à suposta inferioridade do povo brasileiro a responsabilidade pelo atraso do país. Ainda na mesma época, um surto nacionalista trouxe mudanças para o campo intelectual brasileiro. Uma vanguarda voltou-se para a discussão de temas nacionais, a partir de uma perspectiva de afirmação da nacionalidade. Lobato está engajado neste movimento e seus primeiros livros infantis são fruto dessa preocupação nacionalista, defende o autor. No livro O problema vital (1918), retomou o tema do trabalho, repensando as concepções racistas que o orientaram na construção do Jeca Tatu. A parti daí, deslocou do fator raça para o fator trabalho, a discussão sobre a possibilidade de construção de uma nação moderna e civilizada no Brasil, passando a ver no saneamento e na melhoria das condições de vida do homem brasileiro, as pré-condições para o progresso |