Resumo: |
Análise do Movimento Constitucionalista de 1932, que teve como bandeiras de luta: a reconstitucionalização do país e a devolução da autonomia estadual, assumindo uma posição de clara oposição ao processo de centralização político-administrativa que o Governo Provisório, implantado em 1930, estava realizando. Ele representou a reunificação das forças regionais paulistas das chamadas classes conservadoras - burguesia fundiária, burguesia comercial e burguesia industrial, contra o Governo Provisório. A clivagem política não ocorreu simplesmente porque a oligarquia cafeeira paulista foi afastada do centro de decisão de 1930, como analisa a historiografia tradicional, mas porque, defende a autora, o que estava em questão era a forma de como seria garantido o sistema de propriedade e o domínio político-ideológico e social sobre os não-proprietários, através dos quais o desenvolvimento capitalista estaria garantido. Assim, conclui que o referencial básico para a clivagem política ocorrida entre as diferentes facções da classe dominantes - que consolidou ainda mais a oposição entre as diferentes regiões geográficas do país - foi a luta de classes. Uma disputa que as mesmas tentaram apagar da memória nacional. |