| Resumo: |
Esta dissertação se propõe estudar em meio as transformações econômicas-sociais de final do século XIX, a luta travada pela primeira geração de industrialistas, que tinha como objetivo e ideologia o desenvolvimento do setor industrial da economia, caracterizados pela longa controvérsia sobre proteção tarifária e pela ação associada daqueles. Embora a evolução histórica evidencie a capacidade de dominação do grupo agro-exportador, houve um momento bastante significativo em que fatores conjunturais, favoreceram a expansão do setor secundário da economia urbana, e a transição da manufatura para a indústria. O período de 1890-1891 marcado pela concessão de autorização de bancos emitentes, aliada a outros fatores, na realidade favoreceu a fundação e afirmação de algumas industrias de transformação, de modo particular a indústria textil do algodão no Rio de Janeiro, significativamente beneficiada pela transferência de capitais das apólices estatais de renda fixa para o investimento em aço e outros títulos privados. O arrefecimento da exacerbação especulativa com os rumores de liquidação de inúmeras companhias fundadas nos últimos dois anos, desembocou na deflagração, em princípio de 1892, da campanha "Auxílio à Indústria", que em si constituiria um exemplo clássico da atuação de um grupo de pressão, pois é, através dela que consegue o apoio da opinião pública, pressiona o Congresso e obtém do governo o atendimento à reivindicação de empréstimo, o que significou trazer para a indústria benefícios que o Estado até então só havia concedido à agricultura, reconhecendo seu papel legítimo no desenvolvimento do país. Assim foi criado pela ação ampla e hábil de um setor apenas nascente o vínculo entre Estado e industrialização muito antes do que é usualmente reconhecido. Este "auxílio" obtido com grande esforço iria revelar o primeiro surto industrial a se manter e que embora tivesse decaído, seria a base de futuros ensaios industriais. |
