Resumo: |
O propósito dessa dissertação é o estudo da evolução histórica da classe trabalhadora e seus sindicatos em Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul, entre 1945 e 1964, um período de tempo caracterizado pelo fenômeno do populismo. Começando com uma análise retrospectiva do movimento sindicalista nas nações industriais, como também no Brasil, esse trabalho procura estudar o desenvolvimento dos sindicatos ao nível local. Essa tese baseia-se no estudo da legislação trabalhista brasileira, na análise da imprensa da época, em entrevistas pessoais com líderes sindicais e em arquivos pertencentes aos sindicatos e à Delegacia Regional do Trabalho. Discute também a bibliografia relevante sobre o assunto. O núcleo do trabalho e a análise da relação entre a politica sindical e as greves ocorridas na cidade, o estudo da interrelação entre salários e custo de vida e o exame da relação entre a legislação trabalhista e a organização e funcionamento dos sindicatos. A tese mostra que não existiu, apesar da crença difundida, uma completa harmonia "social" entre empregadores e empregados. O conceito de anti-comunismo, como ideologia, orientou as relações entre capital e trabalho. O populismo, tão intenso nas manifestações operárias brasileiras, não se configurou plenamente em Novo Hamburgo, ao menos em relação às bem conhecidas fórmulas de manipulação operária. Na prática, os sindicatos sempre funcionaram dentro do marco legal imposto pela legislação trabalhista e o Ministério do Trabalho. Na realidade, os sindicatos nunca pretenderam contestar o sistema capitalista, como também nunca foram, ao menos em Novo Hamburgo, "uma escola de comunismo", como Lenin acreditava. |