A Freguesia da Enseada de Brito: Evolução Histórico-Demográfica no Período de 1778 a 1907

Vilson Francisco de Farias (Orientador: Lawrence James Nielsen)
Dissertação de Mestrado
Programa: UFSC/PPGH
Defesa: 1980
Banca:
Resumo: Empregando-se os métodos tradicionais da história, e as técnicas disponíveis na demografia-histórica, estudou-se no período de 1778 a 1907, a evolução histórico-demográfica da freguesia de Enseada de Brito. O fato de existirem traços culturais açorianos muito fortes no espaço territorial da freguesia de Enseada de Brito e adjacências, nos dias atuais, despertou para a investigação do passado histórico-demográfico da mesma; a fim de melhor conhecer o papel desempenhado por este núcleo humano no processo de povoamento e ocupação efetiva da área litorânea e vales fluviais entre as localidades de Garopaba e São José. Definiu-se como hipótese básica, que a população estabelecida na área da freguesia de Enseada de Brito foi bem sucedida em sua missão povoadora, dinamizando a organização de novos núcleos, a partir de seu próprio potencial reprodutivo; devido refletir esta população fortes taxas de natalidade, característico de sociedade em estágio de desenvolvimento agrícola que não sofreu ao longo do período mudanças em direção a hábitos demográfico malthusiano na geração de filhos, mas oscilações periódicas, que resultaram das variações apresentadas pela mortalidade. A verificação da hipótese é feita através das análises desenvolvidas sobre a participação politica, econômica e sócio religiosa da comunidade no cenário regional; e da evolução da natalidade, mortalidade e crescimento vegetativo ao longo do período. Tendo-se constatado no aspecto histórico que a comunidade de fato representou o centro de um processo colonizador, que se espraiou pelo espaço geográfico, gerando novos núcleos tão ou mais fortes que a freguesia original. Quanto ao aspecto demográfico, constatou-se que correu uma evolução demográfica marcada por comportamentos não malthusianos; caracterizado por ciclos de média duração ou curta duração; que geravam crescimento instável no volume populacional. Possivelmente devido a ocorrência de condicionamentos morais-sociais muito fortes, que se mantiveram quase inalterados durante todo o período estudado; e dos efeitos causados pela mortalidade sobre a população. Os resultados alcançados no decorrer do trabalho vieram comprovar a hipótese, além de levantar outras questões que não se tinha atentado quando se delineou a mesma.
Páginas: 276
Financiamento:
  • Fundação Ford
URL: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/76668