Resumo: |
O objetivo desta dissertação é propor uma história da produção de "santinhas" - estampas impressas de Nossa Senhora Aparecida. Em termos de espaço temporal, considerei como marco básico a primeira "imagem oficial" mandada imprimir na França, pelo bispo D. Antônio Joaquim de Melo em 1854. O ano de 1978, quando a imagem foi reconstruída por técnicos no Museu de Arte de São Paulo (MASP), foi assumido como o limite contemporâneo por significar a dimensão pública do afeto à Padroeira do Brasil. O enegrecimento da Imagem nas estampas corresponderia à incorporação oficial do povo nos altares da Igreja. A cor dos escravos tornou-se a mesma da Mãe de deus no Brasil. Desse pressuposto derivou minha principal hipótese: as estampas da"Aparecida" traduziriam para os fiéis a estratégia de popularização do discurso da Igreja Católica brasileira, que procurava atender à demanda do consumo de imagens de seus fiéis, repetindo a prática do Catolicismo de atrair seguidores com imagens multiplicadas por meio de máquinas. Concomitantemente, o uso ampliado dessas imagens implicaria a formulação de uma nova linguagem comunicativa na qual os valores da prática religiosa católica estariam sendo ampliados popularmente. Ao mesmo tempo integrava-se na discussão política questões que ampliavam o papel do Catolicismo popular na cultura nacional brasileira |