Resumo: |
Este trabalho discute os limites da institucionalização da criança e do adolescente das camadas pobres da sociedade ao longo de 1964-1979. Parte dos discursos de Mário Altenfelder, primeiro presidente da Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor (FUNABEM), para em seguida resgatá-los nos discursos dos ideólogos (juristas, médicos, psiquiatras, pedagogos, assistentes sociais e jornalistas) da revista Brasil Jovem que, durante o período, se transformou num fórum de debates sobre as questões relativas à problemática, envolvendo o abandono e a delinqüência. Os discursos, por outro lado, encontraram respaldo legal no interior da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor de São Paulo (FEBEM/SP), criada em 1976. A análise, em relação à FEBEM/SP, apreende por meio do olhar dos pareceristas (assistentes sociais, psicólogos e psiquiatras) de algumas unidades educacionais, como, por exemplo, a Unidade de Triagem 2 (UT2, destinada a crianças abandonadas), a Unidade Educacional "Maria Auxiliadora" (UE3, destinada a adolescentes do sexo feminino com problemas de conduta) e a Unidade Educacional de Mogi-Mirim (UE9, destinada aos adolescentes considerados pela instituição com alto grau de periculosidade), à lógica institucional, bem como o universo no qual as crianças e os adolescentes estiveram inseridos |