"Contabilidade da Higiene". Representações da Mortalidade no Discurso Médico Demográfico. São Paulo (1903-1915)

Geraldo José Alves (Orientador: Maria Amélia Mascarenhas Dantes)
Dissertação de Mestrado
Programa: USP/SOCIAL
Defesa: 2000
Resumo: A partir dos dados da estatística demógrafo-sanitária sobre as causas de morte e do estabelecimento dos perfis de mortalidade vigentes na população no decorrer do período de 1903 a 1915, será questionada a própria produção destes dados enquanto discurso médico e sanitário que cria representações que circulam nos meios científicos, expandindo-se e interagindo com outros discursos presentes na sociedade. A principal fonte analisada são os Anuários Demográficos produzidos pela Seção de Estatística Demógrafo-Sanitária do Serviço Sanitário do Estado de São Paulo. Para tanto, são buscadas as referências na Classificação Internacional de Doenças e Causas de Óbito que fornecem os quadros para enquadramento das doenças. A morte,enquanto fenômeno social quantificado estatisticamente, é abordada através dos comentários do médico-demógrafo sobre os dados expostos nos Anuários que visam seu controle sanitário através do conhecimento científico de suas causas, detectadas pelos métodos pasteurianos, fonte da pretendida segurança dos diagnósticos. Por fim, o clima, marca uma outra modalidade de representação do meio natural tropical como fundamento causal freqüente para a mortalidade, sendo pontuada a transformação de sua configuração negativa para uma perspectiva otimista que embasa as possibilidade de transformação do meio natural nacional por meio da intensificação das práticas higiênicas
URL: Tese não digitalizada