Sérgio Pimenta: Canção e Propaganda Religiosa (1968-1987)

Érica de Campos Vicentini (Orientador: Arnaldo Daraya Contier)
Dissertação de Mestrado
Programa: USP/SOCIAL
Defesa: 2000
Resumo: Religião e música sempre caminharam juntas, principalmente após a Reforma Protestante do século XVI, onde resgatou-se o canto congregacional, a participação de todos os fiéis nos ofícios litúrgicos, cantando nas suas línguas maternas, fazendo uso de melodias já conhecidas e facilmente assimiláveis. Quando os movimentos de juventude e a ampla divulgação dos meios de comunicação de massas passaram a exercer forte influência também entre os jovens que participavam das igrejas protestantes nos anos 60, iniciou-se um processo de popularização da música sacra, procurando incorporar os modelos e parâmetros vigentes na música popular como um todo para a música que era cantada nas igrejas. Nossa proposta é analisar a produção musical de um desses jovens compositores, que se destacou pela qualidade de seu trabalho, pela rápida aceitação de sua música e pelo mito que se criou em torno de sua pessoa. Sérgio Pimenta deixou mais de 200 canções, sendo que 78 delas foram gravadas e amplamente divulgadas através da Missão Vencedores Por Cristo. Analisando os aspectos lingüísticos e melódicos, vamos procurar resgatar a potencialidade da canção, trabalhando a inter-relação desses elementos, fazendo uso do instrumental conceitual da Semiótica da Canção e da Harmonia Funcional. Se pensamos a canção como propaganda religiosa, é importante que conheçamos os receptores dessa mensagem. Optamos por resgatar em alguns periódicos pertencentes às igrejas protestantes qual seria o público consumidor da música de Sérgio Pimenta, bem como os diferentes discursos sobre o papel da música e sua função dentro do meio religioso. Ao propormos uma análise das canções de Sérgio Pimenta, estamos nos concentrando no germe da popularização da música sacra no Brasil, questionando a inserção da indústria cultural no meio protestante
URL: Tese não digitalizada