Resumo: |
O objetivo desta tese foi estudar o liberalismo no Brasil tentando entender os mecanismos e os efeitos políticos da vertente conservadora desta ideologia, crucial para os grupos que disputavam a hegemonia política no império. O período que elegi para estudá-lo foi o da Regência (1831-40), particularmente o período (1831-36), tendo o Rio de Janeiro como foco de análise. Priorizei a atuação de alguns atores políticos representantes do liberalismo conservador que, através do grupo moderado, agiram como porta vozes dos cafeicultores, especialmente, Evaristo Ferreira da Veiga e Bernardo Pereira de Vasconcellos por meio de seus jornais o Aurora Fluminense e o Sete de Abril, respectivamente. A hipótese central que defendo é que, a exemplo dos liberalismos europeus, o liberalismo brasileiro não seguiu um padrão constante e homogêneo, não foi um princípio que se ajustou à realidade nacional, mas uma ideologia que sofreu redefinições e reelaborações perante acrescente complexidade da estrutura social brasileira. Portanto, não deve ser entendido como uma aberração ou idéia "fora do lugar". Enquanto um discurso de dominação que não surgiu dos costumes, mas se formou na prática política, assumiu um caráter necessariamente (des)ajustado que incorporou simultaneamente ecletismo, ambigüidade e conciliação |