Resumo: |
Com esta tese pretendemos examinar as relações existentes na sociedade romana do Baixo Império entre o processo de criação de uma realeza sagrada, a basiléia, e a perseguição ostensiva aos adivinhos e feiticeiros durante o reinado de Constâncio II (337-361). Para tanto, apresentamos em primeiro lugar os distúrbios de ordem política ocorridos ao longo desse período, especialmente a partir de 350, quando Constâncio inicia sua campanha contra os usurpadores (Magnêncio, Vetranião e Silvano), o que proporcionou ao mesmo tempo o fortalecimento da centralização administrativa do Estado romano e a configuração definitiva da basiléia com os seus símbolos helenísticos e cristãos. Em seguida, analisamos os aspectos sobrenaturais da realeza com ênfase na teologia política expressa por Temístio de Bizâncio, nos atributos místicos do soberano e nos rituais do poder imperial. Nos dois últimos capítulos tratamos da ação dos taumaturgos pagãos e cristãos como agentes de poder no século IV e da perseguição aos adivinhos e feiticeiros. Para concluir, discutimos a oposição entre rei e feiticeiro sob o governo de Constâncio II como um dos aspectos da construção da identidade romana no período em estudo |