Resumo: |
Este trabalho analisa os diferentes posicionamentos adotados pelos Estados Unidos em relação ao Brasil durante o período de consolidação de sua hegemonia política, econômica e militar em âmbito mundial. Também estuda o comportamento de diferentes grupos da elite nacional, tradicionais e novos, na busca por sua permanência junto ao Estado ou sua inclusão. Ações essas lastreadas pelo alinhamento às idéias dos gestores da política externa norte-americana ou, ao contrário, pela refração. A visibilidade do objeto de estudo é dado pelo exame das discussões e propostas tanto de técnicos norte-americanos quanto brasileiros durante a visita de Missões dos Estados Unidos ao Brasil, durante as décadas de 40 e 50, destacando-se a Missão Cooke (1942-3), a Missão Abbink (1948) e a Comissão Mista Brasil - Estados Unidos (1951-3). Através das políticas e estratégias de desenvolvimento propostas resgata-se os conflitos entre os gestores da política externa norte-americana na implementação de uma dada ordenação mundial e, ao mesmo tempo, os interesses de diferentes grupos de poder nacional na busca da conformação de um Estado que lhe reserve maiores recursos de poder. O ponto de interseção entre os interesses norte-americanos e brasileiros nos aponta para uma visão dialética da relação entre os dois países. De um lado as diferentes posturas dos Estados Unidos sobre o papel que o Brasil ocuparia no mundo nos revela a luta interna de grupos para a obtenção de maiores fatias de poder junto ao Estado. De outro, na busca de respaldo às diferentes políticas de desenvolvimento junto às Missões norte-americanas, nos revela semelhante embate, porém, não só para o controle do Estado mas também para um melhor papel nas novas relações capitalistas internacionais. Por fim, utilizando as bases teóricas de Fernand Braudel e Giovanni Arrighi, a pesquisa explora o papel de países e grupos de capitalistas que não conseguiram um papel relevante ) no novo ciclo de acumulação de capital norte-americano. |