Resumo: |
Estudo do imaginário e suas diferentes representações sobre Anita Garibaldi, desde os primeiros anos da República no Brasil e resignificada em outros momentos. Como e por quem foram construídas tais representações, a quem e por quais propósitos serviram, quais as lutas travadas na evocação da personagem, como foi apreendida nos discursos e quais foram seus enunciadores, as circunstâncias e os sujeitos que a representaram, são algumas das questões estudadas. A recente República instaurada em 1889 pelo Marechal Deodoro da Fonseca, possibilitou principalmente aos intelectuais dos Institutos Históricos, criar uma associação entre os heróis farroupilhas que lutaram pela República Catarinense em 1839 ao ideal de nação que se pretendia. Avolumaram-se os artigos e livros sobre Anita Garibaldi neste período, ora para responder as necessidades daqueles que acreditavam na República, ora para servir como modelo de civismo e nacionalismo, ora para corresponder a uma natureza feminina de dedicação ao marido e aos filhos. Já nas décadas de 1930 e 1940, mas principalmente em 1939 ano que se comemorou na cidade de Laguna o Centenário da República Catarinense, as disputas locais se ascenderam com intuito de chamar atenção dos governos estadual e federal. Neste campo de disputas a principal personagem que Laguna dispunha para fazer valer suas reivindicações econômicas e políticas com outras cidades em expansão como Tubarão e Criciúma era Anita Garibaldi, chamada a depor a favor dos lagunenses. Os jornais principais fontes neste contexto associaram os ideais do Estado Novo de Getúlio Vargas com a heroína lagunense. |