Resumo: |
Neste trabalho é realizado um estudo sobre a atuação de duas agências no campo de ação indigenista: A Missão São Francisco do rio Cururú e o Serviço de Proteção aos Índios – SPI, a partir das ações empreendidas para a consolidação do projeto de civilização dos indígenas Mundurukú, tendo como pressuposto a catequese, a nacionalização e a inserção dos mesmos no extrativismo da borracha. Os estudos demonstram que a atuação das agências delineada por meio de normas e modelos diferentes e institucionalmente definidos não está isenta, ao contrário, é tributária das representações sobre a Amazônia e as populações indígenas marcadas pela concepção evolucionista, pressupondo a assertiva das práticas adotadas. Traz também para discussão questionamentos sobre os saberes históricos difundidos pelas agências e estudiosos que atribuíram o deslocamento dos Mundurukú de suas comunidades tradicionais para a formação de aldeias nas margens dos rios unicamente à atração exercida pelas mercadorias levadas pelos civilizados, apresentando como contradiscurso as representações dos indígenas a respeito da atuação dos agentes sociais recém-chegados e a interpretação da história a partir de seus próprios significados. |