| Resumo: |
O presente trabalho discute as transformações vividas pela agricultura na década de 1970, procurando desvendar as relações entre o Estado, o grande capital e o poder local. Concentra sua reflexão na análise de estratégias de sobrevivência econômica e política operadas por grandes produtores, numa conjuntura de transformações políticas e econômica caracterizada pelo avanço do capital monopolista. Para realização da discussão, concentra-se a análise numa determinada localidade, Goiatuba, definida a partir da precisão do conceito de região. Com a definição do recorte espacial pretende-se enfocar a ação de grupos de poder local no contexto de mudanças apontado. O tratamento do tema foi realizado através do estudo da estruturação de uma cooperativa agrícola, tida como espaço privilegiado de observação, pois em seu interior encontram-se em ação os diversos agentes que compõem o universo de discussão aqui pretendido. Pelos resultados apresentados conclui-se que as transformações por que passou a agricultura na década de 70, apesar de representar a consolidação do capital monopolista no campo, não significaram o desaparecimento dos grupos “tradicionais” de poder. Esses grupos como parte do bloco no poder, tiveram seus espaços de negociações conservados pela manutenção da iniciativa política e econômica frente ao grande capital, iniciativa esta garantida no interior da própria conjuntura de transformações, através da manipulação do poder político concentrado no plano local, indispensável para a consolidação da hegemonia burguesa. |
