Resumo: |
A presente dissertação procura examinar a história da repatriação dos imigrantes haitianos em Cuba, ocorrida no período republicano. Articulam-se, na análise, as mudanças e permanências do fenômeno imigratório de diversos grupos étnicos e a relação histórica, social e econômica que se estabelece entre estes e os grupos nacionais. Ênfase é dada à inferência da dinâmica cultural em tal processo histórico. Propõe-se discutir também a bruxaria enquanto fenômeno social. No caso cubano, estas acusações representaram o mote para destruir relações tensas entre os grupos nacionais e imigrantes e levaram a uma estratégia de distanciamento que procurou desacreditar, desfazer e negar laços que, em última análise, afirmava uma identidade de civilizados contra a diferença dos bárbaros. Indica-se ainda que na ação factível da repatriação de imigrantes haitianos em Cuba, está intrínseca uma repulsa inerente à maioria populacional caribenha frente ao grupo haitiano. Permear em que radicou essa repulsa foi o objetivo principal desta dissertação, ou seja, compreender como as práticas voduístas nas zonas rurais que cercavam os “Centrales azucareros” tornou-se o paradigma da identidade e da diferença entre os vários grupos que habitavam este espaço. |