Resumo: |
Este trabalho tem como proposta investigar as práticas médicas e as representações sociais que se constituíram na luta contra a tuberculose em São Paulo no período de 1899 a 1930. Nessa época, a cidade de São Paulo passava por um intenso processo de transformações: industrialização, instalação da rede de transporte ferroviário e urbano, desenvolvimento do comércio, fluxos migratórios de várias procedências, crescimento rápido do número de trabalhadores urbanos, etc. E como conseqüência de todo esse quadro transformativo, a precarização da vida social urbana, gerou, entre vários outros malefícios, a propagação de doenças endêmicas. É nesse contexto social fervilhante que surge a tuberculose, doença responsável por altos índices de mortalidade no período. Entre os fatores que contribuíram para o seu surgimento, pode-se sem dúvida ressaltar as péssimas condições de vida da população mais pobre da cidade. Alimentação e habitação precárias eram fatores bastante propícios à disseminação de doenças em geral e da tuberculose em especial. A melhoria dessas condições precárias da vida urbana teria sido, certamente, bastante proveitosa na eliminação da doença. Porém, como isso encontrava resistências econômicas e políticas várias, optou-se por medidas que podiam apenas amenizar o problema. . Como centro de preocupações sociais significativas, a tuberculose acabou gerando múltiplas representações. Seja na poesia, no romance, nas, formas de representação imagética, ou na fala médica, diversos tipos de discurso procuravam expressar simbolicamente a tuberculose, tecendo um vasto imaginário social referente à doença. Será intenção deste trabalho, portanto, vasculhar e analisar esse campo amplo de representações, sem, contudo, pretender esgotar a questão |