Resumo: |
Esta pesquisa tem por objetivo resgatar momentos da história da vida cotidiana do operariado paulista durante o período em que se desenvolveu a Revolução de 1932. Com base numa documentação escrita, composta por textos de jornais e relatos de ex-combatentes da guerra, reconstruimos uma narrativa sobre aqueles dias, procurando compreender o lugar dos trabalhadores num movimento definido pela historiografia tradicional, como burguês. Excluídos da memória histórica sobre 1932 tanto pelo discurso das elites burguesas quanto pelo discurso da produção historiográfica até a década de 1970, os operários aparecem nas lembranças sobre 1932 de forma ambígua: ou como um grupo que se negava a contribuir com o movimento ou como um grupo que, iludido pela ideologia dominante, lutava numa guerra que não era sua. Resgatando as falas de vários grupos, veículos e personagens envolvidos neste processo, nos aproximamos de um ponto de equilíbrio que nos permite compreender melhor as dimensões desta relação entre consciência e dominação, no período |