Resumo: |
Esse trabalho examina a ação do Tribunal do Santo Ofício da Inquisição no Rio de Janeiro, nas quatro primeiras décadas do século XVIII, quando prendeu e condenou cento e sessenta e cinco mulheres cristãs-novas, acusadas de heresia judaizante.Essas cristãs-novas, muitas pertencentes à famílias estabelecidas na cidade desde o início do século XVII, estavam assimiladas à sociedade colonial, porém não integradas no universo cristão. Eram senhoras de engenho, donas de partidos de cana,proprietárias de escravos. Algumas eram casadas com profissionais liberais, como médicos e advogado, e seus maridos e filhos haviam estudado em Coimbra e ocupado cargos na administração colonial. Porém, quando o Santo Ofício as prendeu, expôs sua vulnerabilidade. Forjaram estratégias de sobrevivência para minimizar a intolerância a que estavam sujeitas - discriminação fundamentada na "pureza de sangue", constituindo uma nova identidade, a identidade cristã-nova |