| Resumo: |
O século XIX assistiu à construção da nação que se formava dentro do Império do Brasil. O discurso colocava a Nação/ Império como um corpo unificado, soberano e formando uma unidade, embora desconhecesse grande parte do chamado território nacional. Quase dois terços desse "corpo unificado" frequentavam os mapas e cartas geográficas muito mais pelas suposições do que pela precisão de dados. A província de Goiás era uma das partes menos conhecidas dessa unidade, visto que escapava do circuito dinâmico da nação. Goiás, a província mais central do território nacional, viveu durante o Império, uma situação ambígua. De um lado, pertencia ao Império, atendia ao governo do Imperador, estava sujeita às leis e ordens emanadas da Corte; do outro, estava à margem da vida que a nação poderia oferecer. Distante do litoral, da Corte e das maiores cidades do Império, vivia isolada, ainda que em pleno "coração do território". Essa situação ambivalente gerou, por sua vez, um comportamento político peculiar. A província aparecia dos discursos dos administradores e dos funcionários do governo como uma parte pertencente à nação, sob a proteção da "figura magnâmica do Imperador" e com as mais "variadas excelências da natureza". Em contraposição a essas representações a Província aparecia numa outra imagem - uma região isolada do processo de desenvolvimento e vivendo a dinâmica própria do isolamento |
