Resumo: |
O objetivo central deste estudo é o de examinar o uso da força motriz e sua relação com o desenvolvimento da indústria no Brasil entre 1850 e 1950. Trata-se, na verdade, de identificar as características da força motriz empregada pelos estabelecimentos fabris, sua difusão e mudança na composição, segundo os diferentes tipos de motores, primários e elétrico, com parte do crescimento e da dinâmica do setor industrial desde meados do século XIX. Os marcos cronológicos foram definidos a partir da constatação de que, no início da década de 1850, e como parte da chamada "modernização" da sociedade brasileira, surgiram, de forma mais regular e permanente, estabelecimentos fabris que dispunham de trabalhadores livres, máquinas importadas e força motriz. Era o início da definição de um padrão de potência, baseado no uso dos motores primários, - hidráulico e vapor -, que predominou até as primeiras décadas do século XX. Desde então, e com o avanço no fornecimento de energia elétrica no país, as indústrias passaram a dispor de uma nova modalidade de força motriz. Sua difusão foi rápida, levando à configuração, no início da década de 1950, de um novo padrão de potência, baseado na eletricidade, usada na maioria dos estabelecimentos fabris das regiões industrialmente mais dinâmica no plano nacional. Nossa hipótese mais geral é a de que o desenvolvimento da indústria no Brasil, por se tratar de um processo tipicamente capitalista, dependeu da introdução de tecnologias que permitiam a mecanização do processo produtivo, dentre as quais os diferentes tipos de motores geradores de potência. Seu emprego, além de proporcionar uma elevação na capacidade produtiva da indústria, afetou ainda na composição dos custos das empresas. |