Resumo: |
Este trabalho tem por principal objetivo analisar como a experiência amazônica e as várias tradições coloniais e ocidentais apresentam-se e moldam o trabalho do padre jesuíta português João Daniel (1722-1776), missionário no Rio Tapajós e Amazonas no período pombalino, que uma vez preso por ordem de Sebastião Carvalho, escreveu O tesouro descoberto no Rio máximo Amazonas, permanecendo inacabada com sua morte no cárcere. O trabalho analisa os vários aspectos da obra do padre (visão da natureza, dos índios, seu projeto econômico, suas máquinas e o imaginário) buscando os limites da cultura e da experiência, através de uma interface com a historiografia nacional. Tratou-se da obra como possuindo uma grande riqueza para entender os momentos de crise e de mudança, ressaltando a importância do estudo das razões coloniais mais centradas na experiência que elas proporcionam, e menos nas idéias européias eleitas como "modernas" ou "corretas". No entanto não foi relegada a visão de a obra do padre fazer parte das tradições e inovações que serão mantidas diante da eminência da mudança social, econômica e do próprio imaginário (dos mitos medievais para o maqumismo). |