Resumo: |
O Estado de Goiás despertou-se do isolamento decorrente da estagnação da extração aurífera, desde o final do século XVIII, com a chegada da Estrada de Ferro Goiás no início do século XX, em consequência da expansão das fronteiras agrícolas demandada pela cafeicultura centralizada no Centro-sul do Brasil, mais precisamente no Estado de São Paulo. Essa frente, entendida como modernizadora pelas suas radicais transformações no “arcaico” panorama existente, processou de início uma mudança na economia e na configuração espacial das regiões atingidas pela ferrovia. Lentamente, a modernização manifestou-se também nos aspectos superestruturais, ou seja, das mentalidades. A migração e imigração ocorreram em grande escala. As cidades existentes expandiram-se e novas cidades surgiram das estações implantadas em lugares ermos, demandando soluções urbanísticas condizentes com o processo acelerado. Muitas também, embora experimentando o progresso, desapareceram. A modernidade fazia-se em todos os seus espectros: o fazer e o destruir. Pires do Rio, uma estação que se tornou uma significativa cidade no Estado, foi o objeto escolhido para a análise dos vários fatores, de âmbito externo e local, que corroboraram a sua afirmação. Em seu estudo é contemplado o processo de consolidação, por migrantes e imigrantes, os planos urbanos desenhados para sua implantação, suas normas de ordenação urbana, sua arquitetura expressada por essa modernização e a representação da ferrovia no imaginário. Era a busca de uma nova imagem para as cidades goianas. Inserida nessa pesquisa está a arquitetura típica da ferrovia que veio a influenciar, no princípio, as construções locais. Esse estudo elucida parte de uma história ainda encoberta: o início da modernização em Goiás, sua urbanização e arquitetura. |