| Resumo: |
O presente trabalho busca aplicar o resgate da categoria populismo de Ernesto Laclau na história política de Goiás. Categoria esta entendida enquanto uma relação articulatória do antagonismo popular ante o poder, capitaneada pelo político populista Íris Rezende Machado. Para demonstrar esta relação de articulação populista de Íris Rezende tivemos que verificá-la a partir de sua candidatura e prefeito eleito de Goiânia 65/69, época na qual pesou a situação histórica de descenso do antagonismo povo/poder, em função da imposição da ditadura militar. Desde então o populismo irista se desenvolveu tendo no transformismo e no clientelismo as características fundamentais e complementares de sua hegemonia política. Num segundo momento, numa nova conjuntura histórica de emergência dos enfrentamentos populares que marcou o período 79/82, Íris Rezende volta à cena política como principal articulador político rumo ao governo do Estado. Para melhor retratar sua articulação populista, Íris utilizou a campanha eleitoral como principal meio de luta contra a ditadura em Goiás. Por fim, ao tratar dessa articulação vitoriosa, o passo seguinte consistiu em demonstrar o populismo no governo (83/86). Embora também aí sua gestão na direção do Estado situasse numa conjuntura de crise e de antagonismo político, Íris Rezende e sua equipe ou bloco de poder conseguiram absorver transformisticamente o antagonismo existente. Em conclusão, o trabalho procurou defender a idéia de que o populismo é uma categoria presente na prática política atual, indicando que, longe de o recusarmos no jogo político democrático, as articulações políticas passam pelo populismo, visto que ele tem, conforme Ernesto Laclau, a função de organizar a realidade histórica. |
