Resumo: |
Estudo da figura do Cortesão, tomando o da Corte de Luis XIV como protótipo, e sua apresentação alegórica no fabulário de Jean de La Fontaine como matéria de trabalho, usando amostragem dentre as 245 fábulas, mais textos preliminares e conclusivos do fabulista. Hipótese demonstrada: o fabulário pode e deve ser lido como um Manual do Cortesão, por lhe definir o perfil, propor posturas adequadas à vida da corte, criticar as inadequadas, dar exemplos de como deve e pode o cortesão agir para o exercício de suas funçõs e para manter sua posição e seu lugar político, nos limites que lhe faculta o Absolutismo. Também é demonstrada a técnica de fabulação de La Fontaine. Estas conclusões apontam, ainda, para uma estreita vinculação entre obra e vivência pessoal do autor como homem de seu tempo e cortesão. Das fábulas emerge todo um vivido francês da época, do qual elas, mesmo que em tom metafórico e irônico, se mostram síntese. Permeando nos limiares história e literatura, tais conclusões concretizam outro objetivo da tese: mapeiam no fabulário um cortesão modelar a ser confrontado com os tipo inventariados em estudos por abordagens diversas. |