Resumo: |
Durante os anos 1930, fumar haxixe (cannabis indicae) era um hábito para Walter Benjamin. Trata-se de um fato consumado em sua biografia. A ingestão cotidiana dessa substância - cujo princípio ativo (Tetrahidrocanabio) psicoativava o desprendimento moral em relação aos valores modernos, fundamentados pela consciência subjetiva -, reificava a experiência perdida na modernidade. A embriaguez do haxixe - através do especto contemplativo do transe - restabelecia uma comunicabilidade lingüística essencial, tendo também servido como anestésico face à melancolia histórica que consumia o autor. Acreditamos que a ironia da droga consubstanciava um ethos em Walter Benjamin, na medida em que suscitava um comportamento a contrapelo da história, avesso à cultura dominante. |