Resumo: |
A tese trata das obras do libretista italiano Gaetano Martinelli produzidas para a corte portuguesa, de 1769 a 1795. São analisados casos específicos bem como elementos constitutivos dos textos (árias, recitativos, métrica, etc.). Também é discutida a função das óperas na corte e seu caráter encomiástico, através da análise das licenças finais e do uso constante do final feliz. A questão do gênero dramático dos libretos criados em Portugal é debatida através de comparações com o que acontecia em outros países europeus. São apresentadas e discutidas as diversas elaborações teóricas sobre a ópera, na Europa em geral, e em Portugal, em particular, para compreender-se em qual ambiente intelectual as obras circulavam, com o objetivo e mostrar a ênfase dos literatos portugueses nos aspectos morais das apresentações. Foram examinados os documentos da censura relativos às óperas estudadas, para conhecer a interferência dos poderes oficiais. A exclusão das mulheres, tanto dos palcos como da platéia dos teatros, comentada por muitos viajantes que estiveram em Portugal no período, é um dado significativo para entender o moralismo da sociedade portuguesa, que transparece até mesmo nos textos de Martinelli. Através deste trabalho, resgatam-se informações sobre um repertório esquecido e sobre a cultura portuguesa do século XVIII |