Resumo: |
A Revolução Russa causou grande impacto e gerou uma corrente de opinião favorável entre todos os revolucionários da região do Rio de La Plata, principalmente entre os anarquistas, mas também entre os sindicalistas e setores do Partido Socialista. Nos anos seguintes a 1917, gradualmente, foram se dividindo as águas, em um processo que se definiu em 1921. Continuaram aderidos à Revolução Russa um grupo de anarquistas que foram chamados de anarco-bolcheviques e que se posicionaram entre os anarquistas cristalizados e os sindicalistas camaleões. Esse grupo não só editava jornais como Bandera Roja, EI Comunista, EI Trabajo, EI Libertario e La Rebelión, mas foram protagonistas sociais durante o Triênio Vermelho que transcorreu entre janeiro de 1919 e dezembro de 1921. Lideraram movimentos como o do verão de 1919-20 e a Greve das Bombas; seus membros foram os principais ativistas na fundação da central anarco-sindicalista USA e os fundadores de uma federação de grupos de afinidade, a Aliança Libertária Argentina. Apesar do fracasso duplo desse movimento -tanto historicamente quanto em termos da permanência na memória coletiva- a sua história foi parte de uma experiência de luta social na região. Ainda que na aparência, seu legado não pareça muito relevante, eles lutaram para estabelecer uma sociedade nova a que -mediante uma ditadura transitória- instauraria o Reino da Liberdade. A sua recusa em integrar a estrutura do Partido Comunista, revela a força da tradição libertária. Sua história merece ser resgatada, tanto do esquecimento como da condescendência da posteridade |