Resumo: |
No início do século XX, a Igreja Católica estruturada em categorias de hierarquia e poder, entendia que as prerrogativas papais do primado e da infalibilidade lhe concediam autoridade sobre todos e tudo. Estendia sua dominação romana também, e muito especialmente, sobre a vida religiosa feminina que por sua determinação seguia normas de um viver mais ou menos padronizado, codificado pelo Direito Canônico. As religiosas, separadas do mundo para mais facilmente alcançarem o ‘estado de perfeição’, levavam vida de acordo com os modelos prescritivos, quase sempre elaborados por homens e sempre sancionados por eles. Nessa mesma época, nasce em Rodeio, Santa Catarina, um grupo religioso de mulheres que, para responder a uma carência da realidade local, insere-se no interior da paróquia, no meio rural, onde atendem ao serviço da educação e catequese. Chamadas por Dom Joaquim Domingues de Oliveira, então bispo de Florianópolis, de “Catequistas” e ao grupo de “Companhia das Catequistas”, fogem ao esquema quase milenar e sem convento, sem clausura, sem votos e nos primeiros tempos sem hábito, inauguram um modelo alternativo de vida consagrada. O cotidiano das Catequistas, no processo da caminhada, mesmo depois de assumir marcas da vida religiosa tradicional, antecipa no seu modo de ser e de fazer, propostas e expressões que o Concílio Vaticano II, vem fazer à Igreja e à vida religiosa. |