Resumo: |
O trabalho mostra as relações entre Coronelismo e Modernização em Goiás com forte destaque para Morrinhos. Procura destacar que os dois elementos não se contrapõem, mas estão articulados num processo de interpenetração. Dependendo da região, como em Morrinhos, no sul além do sudoeste de Goiás, apesar da persistência de práticas comuns do coronelismo em geral, um grupo de políticos agem diferentemente de outras zonas no Estado, mormente em relação às oligarquias dominantes na maior parte do período em estudo (1889-1930). Os Coronéis de Morrinhos foram os porta-vozes dos setores dominantes do sul goiano. Isto porque os interesses da região em adotar cada vez a economia de mercado, exigia uma postura político-econômica diferente da defendida pelos setores oligárquicos no poder. A região sul do Estado era a zona mais urbanizada e com economia mais dinâmica do Estado e em maior contato com a economia do sudoeste desde finais do Século XIX. Assim coronéis da região sul (os Lopes de Morais) defendendo os interesses econômicos e políticos de seu grupo, partindo de uma postura modernizadora da economia da região e, por extensão do Estado vão fazer esforços com o intuito de interligarem Goiás cada vez mais aos mercados do Sudoeste do país. Tentam formar um grupo político que estabelecendo-se o controle sobre o Estado, pudessem de fato, implantar práticas que levassem a uma integração maior de Goiás aos mercados capitalistas do Sudoeste. Existe ai uma contradição dos Morais: faziam parte dos quadros do partido da oligarquia dominante, mas estavam sempre defendendo idéias e práticas que destoavam do direcionamento político dos oligarcas que controlavam o Estado. Talvez está aí uma das causas que inviabilizaram a sua ascensão e realização de suas pretensões num ritmo maior do que almejavam. |