Resumo: |
Este trabalho analisa o pequeno comércio (também conhecido como comércio a varejo ou a retalho) do espaço central da cidade do Rio de Janeiro, entre os anos de 1889 e 1930. Busca demonstrar que as transformações urbanas empreendidas pelo prefeito Pereira Passos, nos moldes parisienses, modificaram e redefiniram o perfil do varejo carioca residencial. Neste quadro, os bares, tavernas e botequins foram entendidos como o espaço popular mais representativo do passado colonial, sofrendo por isto uma implacável “vigilância” das autoridades fiscais e policiais. Por outro lado, a população atingida “resistiu” com as armas que possuía, inclusive através de queixas endereçadas ao Jornal do Brasil. Além disto, a dissertação enfatiza a hipótese de que o pequeno comércio carioca trabalhava com uma racionalidade própria, às vezes, em detrimento da lógica de mercado de então, resistindo às intempéries econômicas, políticas e sociais. Apresenta, ainda, uma série de importantes dados quantitativos e qualitativos para a análise do cotidiano do pequeno comércio do espaço central da cidade, apontando a falsificação e a adulteração das mercadorias como uma forma de acumulação. |