Resumo: |
Este trabalho se propõe a analisar a experiência urbana do Rio de Janeiro nos séculos XVII e XVIII. Privilegia, como um dos focos interpretativos desta experiência, o contexto de ameaças estrangeiras à colônia e especificamente à região centro-sul. A abordagem da temática do corso e das invasões, sobretudo francesas, permite que se discuta o movimento maior de disputa européia pelos mares e portos coloniais. O sentimento de medo delas decorrente, traduzido em política específica da metrópole portuguesa em relação à sua possessão americana, serve de gancho para a interpretação das marcas e dos significados impressos ao espaço urbano e à sociedade colonial. Centro político e administrativo, de cobrança de impostos, de comércio e de defesa, o Rio de Janeiro transformou-se em cenário privilegiado para o exercício da dominação metropolitana sobre a vasta região centro-sul da colônia. Nesse sentido, um dos objetivos deste trabalho consiste em compreender o processo através do qual a mesma cidade foi conquistando ao longo do século XVIII uma crescente importância no interior do Império colonial português. A partir deste pressuposto, pretende-se reconstruir os mecanismos por meio dos quais os diferentes agentes da colonização imprimiram uma identidade à cidade colonial e a si próprios, através de múltiplas experiências, conflitos, negociações e acomodações |