Resumo: |
Este trabalho têm como objeto de estudo a Igreja Católica em Goiás no Período compreendido entre 1891 e 1955. O enfoque é centrado na Igreja enquanto instituição jurídica, vista sob a ótica estritamente humana, e sua relação com o Estado, com destaque para - a formação do clero, as finanças do Seminário e da Cúria, a manutenção as igrejas e catedrais, as ordens religiosas estrangeiras - ao longo das gestões de três bispos da Diocese de Goiás - D. Eduardo (1891-1908), D. Prudêncio (1908-1922) e D. Emanuel (1923-1955). Três são as hipóteses principais: a) em Goiás, logo após 1890, ocorreu um choque entre uma Igreja ultramontana/monarquista e um Estado liberal/republicano; b) ao contrário de que outros autores afirmam, a partir de 1890 não se iniciou o movimento de restauração da aliança entre Igreja e Estado, e sim a sua estadualização; c) sob a gestão de D. Emanuel ocorreu a efetivação de uma Neo Cristandade em Goiás. Essas hipóteses contribuem para a resposta de duas questões: o tipo de relacionamento entre Igreja e Estado após a separação entre ambos e de que forma iria a igreja a continuar exercer influência sobre a sociedade e sobre o próprio Estado. Constata-se ainda a condição de ideólogo e de defensor das posições da Igreja e de ordens religiosas nas obras do cônego Trindade e do Prof. Miguel Archângelo, ex-redentorista. Para demonstrar as mencionadas hipóteses analisamos diversas fontes, entre as quais, cartas pastorais, livros contábeis, cartas trocadas entre os bispos e as ordens religiosas, jornais e revistas, atas de reuniões do conselho diocesano e muitos outros documentos. |