Resumo: |
A Freguesia de São Miguel Arcanjo "da Terra Firme", tema desta dissertação, foi uma das primeiras freguesias a se instalarem no continente, face à Ilha de Santa Catarina e próxima à Fortaleza de Santa Cruz em Anhatomirim. Foi povoada, predominantemente, por contingentes açorianos, africanos, luso-brasileiros e imigrantes europeus não portugueses. Para o trabalho, os subsídios foram buscados em registros paroquiais de eventos vitais, em Relatórios e Falias de Presidentes de Província, em correspondências das Câmaras Municipais de São Miguel e de Biguaçu, dos Arciprestes e Vigários, dos Chefes de Policia, da Inspetoria de Higiene Pública, dos Arquivos do Fórum da Comarca de Biguaçu, em jornais do Desterro e de Tijucas, em entrevistas e outros documentos. A população livre e escrava apresentava um comportamento tradicional quanto aos casamentos e nascimentos, procurando respeitar as interdições religiosas e os costumes. A mortalidade estava relacionada às condições sanitárias e de higiene, com epidemias periódicas devido à resistência as medidas de vacinação por parte do governo. Mas São Miguel, que desde sua fundação como freguesia em 1750, era o principal núcleo populacional econômico e político, começou a perder esta primazia a partir de meados do século XIX. O desenvolvimento do vale do Rio Biguaçu, as disputas partidárias e o declínio sócio-econômico da vila de São Miguel, conduziram à progressiva perda de detentora do poder administrativo por este núcleo. Como se processou esta queda e a ascensão de Biguaçu como centro hegemônico foi também analisada, procurando identificar causas e conseqüências. A proposta desta dissertação é de contribuir com mais de um estudo de História do Brasil Meridional acerca de uma freguesia catarinense de origem açoriana, e permitir estudos comparativos no âmbito regional. |