Resumo: |
O presente trabalho busca analisar a relação entre meio ambiente e desenvolvimento econômico no Brasil após 1964. A escolha desse marco de tempo reflete a percepção de que o período representou o momento da rápida transformação da capacidade produtiva do país, fruto da acelerada industrialização. O desenvolvimento da dissertação irá apontar que o modelo desenvolvimentista adotado, refletia um posicionamento de corte nacionalista-autoritário cuja maior expressão encontrava-se na Doutrina de Segurança Nacional e expressa na própria Lei de Segurança Nacional. Sob o discurso da necessidade de se garantir a integridade territorial e a soberania brasileira, a região amazônica passou a viver o afluxo de grandes projetos privados e públicos que visavam, em última instância, integrar a região ao mercado interno brasileiro, transformando a própria estrutura produtiva da região. A defesa do desenvolvimento econômico enquanto um projeto de caráter nacional tornava a natureza uma mera refém do progresso, ignorando sua ação desestruturadora sobre o meio ambiente onde atuava. Diante dessa realidade, a sociedade adotou uma postura marcada tanto pela indiferença, quanto pela omissão, em parte, assustada com o aparato repressivo do Estado, em parte, desfocada do próprio significado da luta pela preservação do ambiente amazônico ante a ação daninha dos grandes projetos econômicos que aí se instalaram. Os próprios setores engajados na luta pela preservação do meio ambiente, assumiram uma postura tímida e, em alguns momentos, subordinada à política governamental em vigor, em nada contribuindo para a formulação de um debate mais amplo sobre a questão ambiental no Brasil dos anos-70. |