| Resumo: |
Este trabalho pretende analisar, a partir do percurso do Partido Autonomista do Distrito Federal, a estrutura e o funcionamento do campo político da cidade do Rio de Janeiro na primeira metade da década de 1930. Em um período em que o debate em torno da autonomia político-administrativa da cidade, então capital da República, era retomado e encaminhado às discussões constitucionais, o partido surgia como portador de uma proposta de efetiva autonomia, constituindo assim uma possível via para um novo arranjo das forças políticas cariocas. Liderado pelo interventor federal, Pedro Ernesto Batista, o partido se situava como eixo de reordenamento das relações políticas estabelecidas no nível municipal, propiciando uma melhor distribuição do capital político entre as forças concorrentes, tendo em perspectiva a ampliação do espaço político de atuação propiciado pela consolidação da autonomia. Observaremos também como o partido serviu de sustentáculo para a condução de um projeto político e social renovador, preconizado por Pedro Ernesto, compreendendo-o tanto como uma tentativa de redirecionamento programático do partido, como também como um catalisador das tensões desagregadoras que terminariam por desestabilizar a organização e propiciar condições para uma nova intervenção federal na capital. |
