Resumo: |
Esta dissertação se constitui numa contribuição ao estudo da organização da luta dos trabalhadores joinvilenses e das formas de controle organizadas pelo empresariado joinvilense no período entre 1917 e 1943. A imprensa local constituiu-se na principal fonte para o resgate da fala oficial do empresariado, da igreja e do próprio sindicato dos trabalhadores. O que se pode verificar foi o esforço para o desenvolvimento de todo e qualquer movimento operário e a luta para se (re) produzir um tipo de homem a serviço da sociedade do trabalho. Esta análise revela o significado da dominação, mostra a trajetória concreta dos trabalhadores urbanos neste período e aponta os mecanismos de silenciamento da fala dos trabalhadores utilizados principalmente, pelos empresários que tratavam de discipliná-la como força de trabalho, não permitindo que se articulassem em movimentos coletivos desvinculados da sua experiência fabril. Ao longo da pesquisa observou-se que afloravam, constantemente, tensões sociais na relação empresário/trabalhador. Estas tensões sociais eram escamoteadas através de um discurso que apresentava uma relação harmônica e ordeira entre as classes. Construir um contraponto deste discurso somente foi possível através da leitura dos jornais, e, de modo especial, captar nas entrelinhas das notícias, aquilo que a fala oficial ocultava. |