Resumo: |
A pesquisa teve como objetivo reconstruir a História das relações entre a Arquidiocese de Goiânia e o regime militar no período de 1968 a 1985. A problemática foi o questionamento das razões que levaram a Igreja de Goiânia a aderir ás aspirações populares, opondo-se ao regime. As relações entre a Arquidiocese de Goiânia e o regime militar foram marcadas por tensões: a resistência, baseada em valores éticos e morais, por parte da Igreja. O estudo baseou-se na análise histórica e utilizou, sempre que possível, sugestões oferecidas pela análise do discurso. Como o objetivo de estudo fosse um tema da História da Igreja, foram utilizadas contribuições de ciências afins. As fontes foram: a Revista da Arquidiocese, escritos de Dom Fernando, Documentos da Igreja e o jornal Folha de Goiáz. A metodologia adotada foi a análise do discurso de Dom Fernando Gomes dos Santos e de seus colaboradores, como resistência ao regime. Fazendo um contraponto com a fala do Arcebispo, foram analisados discursos de políticos e pareceres da Imprensa, contidos no jornal Folha de Goiáz. Foram encontrados três eixos de discussão, responsáveis pelos três capítulos do trabalho: "Desenvolvimento: um projeto em debate", "Justiça e Direitos Humanos"e "Controvérsias". A Igreja do Brasil já participava de projetos de desenvolvimento antes do advento do regime militar, mas a instituição amadureceu o conceito de "desenvolvimento integral"entre os anos de 1965 e 1968, o que tornou fator de conflito com o regime militar que teve a concepção de desenvolvimento como crescimento econômico. A Arquidiocese de Goiânia optou por um projeto eclesial baseado na luta pela justiça, na defesa dos direitos humanos e na inserção nos movimentos populares. Isto foi um ponto de controvérsias, acirrando o conflito com o regime militar e abrindo um espaço para a politização, no interior da instituição. |