Resumo: |
Esta tese discute o conflito parteiras-parteiros iniciado na França, do Luís XIV, quando da regulamentação da profissão de parteiras. No período Napoleônico, dois projetos foram postos em separado: o ensino oficial de parteiras e os dos parteiros. Um no ensino médico, outro fora deste. A pesquisa aqui desenvolvida centrou-se na experiência de fora do ensino médico, a Escola de Partos de Paris para parteiras, aberta em 1802, com o apoio do Ministro do interior, Chaptal. A reação dos parteiros foi sempre no sentido de incorporar a arte à ciência. Começa então a se dar a difícil tarefa de costurar um saber no interior da ciência médica, destituindo-o de sua prática e identidade feminina secular. Esta história chega ao Rio de Janeiro, guardando especificidades próprias à colônia, sobretudo, no que diz respeito à marca da escravidão africana negra. |