O Corpo no Pensamento de Francisco de Assis

Angelita Marques Visalli (Orientador: Marilda Corrêa Ciribelli)
Dissertação de Mestrado
Programa: UFRJ/PPGHIS
Defesa: 1995
Banca:
Resumo: Francisco nasceu na 2ª metade do século XII, tendo sido, até aproximadamente 22 anos, um laico bem integrado em seu meio. No entanto, desperto pela onde de religiosidade que emergiu do laicado no período, abandonou sua forma de vida para dedicar-se exclusivamente a Deus, tornando-se, não um monge, para o que teria condições econômicas, mas, sim, um penitente, forma de vida religiosa comum a um laicado de origem modesta. Isto vinha de encontro com as novas exigências religiosas da época, que percebiam na pobreza absoluta, na castidade e na pregação, a forma de vida verdadeiramente "evangélica". A partir da conversão, Francisco passou a tratar seu corpo de forma especial. Se a prática penitencial em sua essência já implicava na interdição (sexual, alimentar), como forma de fazer prevalecer no penitente a vontade do Criador em detrimento da sua própria (questão fundada na "decadência" do primeiro casal), sua relação com o corpo tomou importância ainda maior. Suas atitudes enquadram-se na religiosidade popular de seu tempo, pois no tocante ao corpo, através da leitura literal da Biblia, percebia uma antítese corpo-alma que fez recair sobre o primeiro a tendência a preferir a satisfação própria à do Criador. O corpo, na perspectiva de Francisco, foi considerado possuidor de uma vontade própria devendo ser vigiado e treinado a não mais desejar, o que deveria ser alcançado através de rigoroso ascetismo. Ao corpo seria concedido a porção de alimento mínimo à sua subsistência. O castigo deveria ser aplicado diante da desobediência do corpo em desejar o prazer físico...
Páginas: 182
Financiamento:
  • CNPq
URL: Tese não digitalizada