Resumo: |
A partir da análise de historiadores, arquitetos e viajantes, buscou-se situar a visão que eles tinham a respeito da "vida pública" que se desenvolvia no espaço físico, cujo centro está localizado nas praças e com ruas que obedecem aos aspectos urbanísticos e arquitetônicos desenvolvidos pelo governo provincial através das Posturas Municipais. Diante de todas as agitações que ocorreram no Brasil durante o período Regencial, são necessárias, além das mudanças ocorridas na Lei Interpretativa do Ato Adicional de 1934, estratégias em Posturas - que esvaziem os espaços públicos dos perigos que as aglomerações sugerem e que cuidem da saúde do trabalhador. O Hospital de Caridade São Pedro de Alcântara tornar-se-á um laboratório de experiências higienistas e de disciplina incidindo sobre o trabalhador. O amontoamento de pessoas no espaço público - trabalhadores livres, escravos de aluguel, forros, mendigos, vadios, vagabundos e, principalmente, os doentes tornar-se-á um desafio permanente ao equilíbrio político-econômico. A preocupação com as aglomerações deve-se à resistência implícita dos trabalhadores na Cidade de Goiás em aceitarem a positividade do trabalho, em meio à abundância de terras devolutas originando, posteriormente, um processo de resistência explícita através de rebeliões armadas. Impõe-se, então, um policiamento capaz de estabelecer normas reguladoras ao espaço público e à propriedade da terra. |