Resumo: |
Estuda o multiforme movimento chamado, no século dezesseis, de Anabatismo, cujas raízes podem ser encontradas por alguns séculos, e sua linhagem tem, pelo menos, dois ramos essencialmente distintos, e só ocasionalmente reunidos. Um ramo liga-se sucessivamente com os "irmãos", grupo medieval de cristãos anti-clericais, cuja história se acha registrada somente nas crônicas da Inquisição da Igreja. O outro liga-se com as constantes sublevações dos pobres camponeses dos distritos rurais e entre as classes trabalhadoras das cidades contra os ricos, movimento tão característico da última parte da Idade Média. Num plano sociológico, o Anabatismo diversificou-se em diferentes tipos de agrupamentos movidos pelo espírito de "entusiasmo", embora não formassem blocos distintos, mas que deve ser distinguido segundo a classe de revelação pregada pelo profeta. Designamos uma dessas classes, com o nome de "sofredores"ou pacientes, aqueles cujas revelações serviam para iluminar ou para dar sentido a sua situação fora do poder e carente de apoio oficial, que se consolavam com expectativas escatológicas, porém, sem pretensões de iniciar eles mesmos o mundo novo. Outra classe, é aquela constituída pelos entusiastas "violentos" ou "revolucionários" eram aqueles que pretendiam ir em direção a uma nova ordem divina, iniciando-la por seus próprios meios. Este grupo tem como representantes mais visíveis a Thomas Müntzer (última etapa) e ao governo da cidade de Münstzer (1534-35). |