Resumo: |
A presente dissertação analisa a constituição de uma cultura do trabalho no Extremo Oeste do Paraná (1970-1988). Perquirindo esse objetivo, a construção do texto parte de um caleidoscópio - a Festa do Porco Assado no Rolete - por onde visualiza uma teia de relações pela qual a sociedade local foi construída e se movimenta, tornando o espaço e a sociedade local, expressão de uma cultura do trabalho sui generis. O texto, percorrendo a teia de relações dessa cultura do trabalho, analisa a constituição de uma noção de trabalho desde a fase da colonização da região e encontra amalgamadas diferentes visões de trabalho nessa noção. Mostra as transformações sócio-econômicas e culturais regionais, especialmente das décadas de 70 e 80, que fragmentaram a cultura do trabalho do campesino e a reordenaram segundo as exigências do trabalho agroindustrial. O texto revela ainda, a apreensão da cultura do trabalho no seu "fazer-se": nas relações "cotidianas" do trabalho familiar rural; nas relações de trabalho no espaço da indústria e fora dele; na organização e construção dos trabalhadores como "sujeitos", mediante as experiências concretas de vida e de trabalho; e, mostra a tentativa do Poder Público Municipal de Toledo (1983-1988), de reinventar o trabalho comunitário. A dissertação conclui que, entre práticas e representações do Trabalho do poder público, do empresariado e dos trabalhadores rurais e urbanos, constrói-se em Toledo, no Extremo Oeste do Paraná, unia cultura do Trabalho. |